sábado, 8 de agosto de 2009



O funeral do mar

No mar em frente

Rápido, o marisco antecipa

O gozo estranho das ondas,

Acalentando a mansidão

Da areia adormecida.

Por sobre ansiosas vagas,

Pedaços do sonho

(Nunca acontecido)

Explodem:

Água e chão.

Mãos de argila vagueiam

Despedaçadas a procura da carne

Violentada ao vento.

Do barco náufrago,

A madeira ressuscitada

É prece colorida em fogo

Á espera do tempo.

Aos poucos, uma estrela dança

E, sôfrega, percorre os nervos

A plastificar em terra

O sangue do teu silêncio.

Antonieta coelho

Recife,1981




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