sábado, 8 de agosto de 2009

Canto soterrado



Entre escombros,
Ao derredor,
A imagem retorcida
Em reencarnado pranto.

Esse desamparo, agora
De bancos em jardins ensolarados,
Essa dor de pássaros devorados,
Entre nuvens e estrelas,
Encadernadas
Em perdidas solidões.

Essa tortura
De lençóis brancos,
Brincadeira louca:
Ah, essa vazante agora
de soluços.

Entre escombros,
Misteriosa ausência
Revestida de sono
Em noite de presença desesperada.


Antonieta coelho
1980

Nenhum comentário:

Postar um comentário