sábado, 8 de agosto de 2009

O cansaço



Carrego-me de nuvens
Ao superar o sono da carne exausta.

Vem o repouso
Após a luta.
Falamos falamos:
Cópias de mãos cansadas
Abertas em silêncio.

É o canto da ausência
Curtido
Em madeira esal.

São gritos e pêlos
Asas e cargas

Remendadas pelo tempo.

Eu sou lago delirante
(e tuas órbitas são fogos de artifício)
A extinguir-se:
Nossos ossos permanecem
Em cremadas estranhas.



Antonieta coelho
1979

Nenhum comentário:

Postar um comentário